quinta-feira, 15 de setembro de 2016

CAIXA DOS SENTIDOS


CAIXA DOS SENTIDOS

 

Ednilsa Teixeira de Souza

Eliete Aparecida Santos Fonseca

Marcia Fabiana de oliveira

Pábola Dalprai

Shaiane Pasquali Machado

Solange Zarth

 

 

 

RESUMO

Ao se trabalhar com os educandos a percepção dos sentidos tato, olfato, paladar, audição e visão, através da manipulação e exploração de objetos oportunizando a interação, socialização estimulando a observação e exploração do meio pela criança para que ela possa ampliar sua curiosidade pela percepção através dos cinco sentidos manipulando objetos presentes em seu cotidiano.

 

 

Palavras-Chave: Educação Infantil, manipulação, sentidos.

 

ABSTRAC

 

When working with the students the perception of the senses touch, smell, taste, hearing and vision, through the manipulation and exploitation of objects providing opportunities for interaction, socialization stimulating observation and operation of the means for the child so that she can expand her curiosity by perception through the five senses manipulating objects present in their daily lives.

 

 

Keywords: Early Childhood Education, manipulation, senses.

 

 

JUSTIFICATIVA

 

A descoberta do ambiente natural e artificial, realizada no desenvolvimento de noções sobre o ambiente acontece segundo Antonini (2008) pela mediação dos sentidos, portanto a observação e a ação infantil sobre os elementos e com os elementos ocorrem pelos sentidos, tato, olfato, paladar, audição e visão eles são instrumentos da memória. E conforme Antonini, são as janelas para o ambiente e o sucesso da vida no decorrer da sua evolução, depende em grande parte dos estímulos do ambiente.

Mas a percepção de estímulos sonoros, visuais e outros são resultantes de longo processo de evolução. E os estímulos que a criança recebe desde os primeiros instantes do nascimento criam conexões neurais responsáveis pelo armazenamento de informações e são elas que possibilitam os pequenos a aprenderem coisas novas a cada dia por meio do tato, do olfato, da audição, da visão e do paladar e estimular o cérebro e o corpo juntos desde os primeiros meses de vida como uma forma de despertar curiosas sensações e ampliar possibilidades para os pequenos desenvolverem novas habilidades.     No entanto pretendemos através do conhecimento que a criança já possui aguçar ainda mais o seu interesse pela percepção dos sentidos a respeito dos objetos que observam e do que ainda é difícil para elas entender, para assim poder selecionar conteúdos e propor desafios a partir dos objetivos que pretendemos alcançar. Gostaríamos de ressaltar que as atividades que serão aplicadas serão de acordo com a idade das crianças, pois, conforme Antonini (2008) é preciso que o processo de ciências leve em consideração os dados oriundos da vivência do aluno, e o nível de percepção do mundo que apresenta para poder organizá-lo. Não se trata apenas de oferecer e oportunizar momentos lúdicos, mas garantir a participação das crianças na resolução de problemas pelo planejamento de como fazer.

 

REFERENCIAL TEÓRICO

 

A educação infantil é um período na qual a criança toma consciência do mundo, gradativamente, por aproximações, contatos, cada vez mais significativas com o ambiente que o rodeia, e a sala de aula deve ser um lugar de exploração de elementos da realidade, e nós educadores, devemos estar atentos às novas possibilidades de favorecer o interesse pela interpretação dos fenômenos que ocorrem, e a criança deve ser incentivada, a experimentar, manipular, agir e comunicar, e essas oportunidades devem ser freqüentes no ensino de ciências.

Ensinar ciência segundo Antonini (2008) é um ato de crescente entusiasmo, de inebriantes apropriações que torna a criança um conhecedor de seu entorno e de sua realidade cultural e social, levando a formulação das próprias explicações. E é importante apresentar a criança os conhecimentos científicos desde o início da escolarização, pois, assim ela se torna capaz de discutir as explicações do desenvolvimento científico e tecnológico na vida cotidiana. Segundo Kami (1985) apud (Antonini 2008) ressalta que todos os bebês e crianças pequenas estão naturalmente interessados em examinar objetos, agir sobre eles e observar as reações desses objetos e como educadores devemos ter como objetivos nas atividades de conhecimento físico usar esse interesse espontâneo encorajando as crianças a estruturar seus conhecimentos de forma que sejam de extensão natural do conhecimento que elas possuem. Visto que, a criança adquire noções concretas e exatas do mundo que a rodeia por meio de exercícios sensoriais.

As atividades manuais estimulam e desenvolvem na criança a capacidade criadora de expressar seu pensamento. O tato é sentido pela pele em todo o corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objetos em contato com o corpo e também sua temperatura, sendo importante também para o posicionamento do corpo e a proteção física. Além disso, o tato não é distribuído uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior que as demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor.

Segundo Antonini (2008) as estruturas sensoriais chamados receptores têm duas funções; detectar estímulos ambientais e transmitir a informação para o centro controlador do sistema nervoso. É o sistema nervoso que controla ações e reações. A coordenação nervosa envolve a participação dos neurônios, fios condutores de energia. O sistema nervoso está organizado em duas partes: sistema nervoso central, composto pelo encéfalo (cérebro, cerebelo, bulbo) e pela medula espinhal; sistema nervoso periférico, formado por nervos, receptores e gânglios. As duas trabalham interligadas. O bulbo parte do encéfalo é o órgão de passagem do nervo da medula para órgãos localizados mais acima. No bulbo esta os corpos celulares de neurônios que controlam os batimentos cardíacos, o ritmo respiratório, a pressão sanguínea e os corpos celulares de neurônios que controlam a deglutição, a tosse, o vômito. Outra parte do encéfalo é o cérebro que regula o equilíbrio e a postura corporal. Receptores periféricos localizado no ouvido interno enviam mensagem ao centro de controle do cérebro, que possibilitam a execução de atividades relacionada ao equilíbrio.

O cérebro é o centro do intelecto da linguagem, da consciência e da memória e controla as funções motoras e sensações. Os nervos são os mensageiros de resposta e estímulo. Alguns fazem ligação entre músculos e a medula espinhal ou encéfalo: são os motores. Outros cuidam da conexão com os órgãos do sentido, visão, paladar, audição, tato, olfato: são chamados nervos sensitivos. Há ainda os nervos de associação que ligam sensitivos aos motores. Exemplo: no ato de tirar rapidamente a mão de uma chapa quente participa de três tipos de neurônios. A reação de tirar a mão ilustra o chamado arco reflexo e os neurônios que deles participam compõe um arco reflexo. Da medula espinhal se ramifica uma rede de nervos que chegam à epiderme. E um ponto insensível na pele. Os impulsos nervosos, mensageiros do cérebro, trabalham sem parar, trazendo informações e levando ordens. O sucesso evolutivo das espécies, segundo Antonini (2008) teve como grande conseqüência à capacidade de perceber o ambiente, respondendo adequadamente aos estímulos. Os órgãos do sentido ligados ao sistema nervoso são formados por receptores de diferentes estímulos. Conforme o estímulo há determinado tipo de resposta.

Os receptores são estruturas que se excitam durante o estímulo, enviando o comando ao centro superiores do organismo (sistema nervoso), São receptores de contato ou de superfície; receptores de distância, quimiorreceptores, paladar e olfato; fotorreceptores;  receptores posturais. Cada um deles converte determinadas formas de estímulos ambientais em um potencial gerador transformado pelas fibras nervosas (axônios), em potencial de ação. Em relação aos receptores de contato ou superfície a autora ressalta que a pele, o maior órgão do corpo humano, é responsável pela proteção de muitas agressões ao corpo emitidas por fator vindo de fora dele, através do comando externo. Ela não apenas recobre o corpo e da sensibilidade de percepção, mas retém a unidade, mantém a temperatura e impede a invasão de organismo indesejável.

Na camada interna, possuem uma rede de estruturas sensoriais chamados receptores, capazes de perceber estímulos específicos de pressão de dor, térmicos e químicos. Segundo Píferrer (2004), para planejar as ações educativas é necessário levar em consideração as características evolutivas da criança, ambiente, ritmo de aprendizagem, motivações, interesses, possibilidades de ajudar e intervenções de adultos, capacidade de atuar autonomamente, de relacionar-se com o ambiente e colegas, de participar e, paralelamente, sempre que possível, prever ações que o levem a simular e reconstruir suas referencias da realidade.

Conforme Antonini (2008) a educação infantil é um período na qual a criança toma consciência do mundo, gradativamente, por aproximações, contatos, cada vez mais significativas com o ambiente que o rodeia, e a sala de aula deve ser um lugar de exploração de elementos da natureza. A noção de quente/frio, que primeiramente foi percebida pelo tato e que possui gradações como ferver/gelar, atinge o nível objetivo, quando se infere, por exemplo, que, o leite esta muito quente pela fumaça que desprende da caneca, e o nível subjetivo, quando se infere, por exemplo, que não é agradável tomar líquidos quentes. Isso porque os frios ou mornos são mais próximos à temperatura que se encontra o corpo. Assim pode afirmar que prefere líquidos frios ou gelados.

A autora ressalta ainda que devemos propiciar um ambiente de convivência entre explicações científica e do senso comum, pois sabemos que a aprendizagem de ciências vem desde o berço e a criança começa a perceber ao seu entorno e sobre ele vai construindo conhecimentos práticos a qual começa a perceber as partes do corpo, os objetos a sua volta, os seres de seus convívios, as formas, as cores, os cheiros, e novos espaços e assim começa a construção de idéias da criança sobre o ambiente. É preciso partir do conhecimento daquilo que é mais próximo da criança, ou seja, casa, escola, praça etc. reconhecer o lugar onde vive tem como objetivo primeiro a formação de idéias a respeito do ambiente, mas também a ação educativa de levar a criança a explorar seu entorno, as pessoas ao seu redor, os pequenos animais plantas e objetos diversos que ali podem ser encontrados desenvolvendo assim a curiosidade e o interesse.

Segundo Antonini (2008) ao assimilar as qualidades físicas dos elementos do ambiente, coloca-se em destaque cada um dos sentidos, e no berço, inicia-se a construção do repertório infantil sobre os sentidos, mas os graus de aprofundamento devem ser orientados pelo educador, levando-se em conta as capacidades e possibilidades da criança, e que é necessário ter informações sobre a ciência que está por trás dos fatos, dos acontecimentos e das noções que devem ser desenvolvidas e que aparecem no cotidiano dos alunos para instigá-los a busca e desencadear problemas de investigação.

Segundo Zanon e Stachissini (2008, p.15 e 16), a necessidade prática interdisciplinar, o trabalho com projetos didáticos e as novas inovações tecnológicas disponíveis para o processo de ensino e a aprendizagem tornam o quadro ainda mais complexo e a interdisciplinaridade, os projetos didáticos, os recursos tecnológicos disponibilizados para o processo educativo, entre outras possibilidades, apresentam uma rede de ações que podem dar ao professor e ao aluno um longo passo no sentido de uma aprendizagem colaborativa, participativa e com a perspectiva da aprendizagem, visando ao conhecimento para a vida, para a resolução de problemas, para “aprender a aprender”, que é função do professor e do aprendiz.

A educação de ciências pode ser, portanto um instrumento, pois, pode mostrar para o educando a dinâmica da natureza que ele vê, sente e observa, mas não entende como os fenômenos naturais acontecem e como o homem pode interferir nesses fenômenos. ( ZANON E STACHISSINI, 2008, p.16).

 

  Conforme as autoras citadas acima o processo educativo precisa revestir-se de significados adequados para o nível cognitivo em que se encontra o aprendiz. E tanto nós profissionais da educação infantil quanto os profissionais das séries iniciais precisam saber como ensinar ciências, e para isso, precisamos aprimorar os conhecimentos teóricos sobre as ciências físicas, e biológicas e estar capacitados para planejar estratégias de ensino que o levem aos nossos objetivos. As autoras apontam um dos caminhos metodológicos, passa pela literatura infantil com histórias, contos, poesias e outras modalidades literárias, podem conduzir nós professores e os alunos por trajetórias que encontram, enquanto ensinam, desvelam o conhecimento, a dinâmica da natureza. E alguns elementos que estão sempre presente na literatura infantil são: animais, plantas, homens, mulheres, chuva, frio, calor, dia, noite. Ressaltam ainda que devemos interagir com eles para conhecê-los, explorar as relações existentes, relacioná-los com seu entorno, para assim conduzir ludicamente ao conhecimento científico, á alfabetização/ letramento científica, pois, o professor é um parceiro indispensável que estimula a curiosidade e a criatividade natural da criança.

Freinet (1966 - 1986) propõem as aulas-passeio de campo, pois estas aulas colocam o aluno em contato com os elementos e fenômenos naturais, trazendo-os para o cotidiano de forma sistematizada, com bases científicas, ao mesmo tempo em que permite a reflexão associada às imagens reais. A pedagogia de Freinet se fundamenta em eixos que são: a cooperação que determina a partilha, a socialização do conhecimento; a comunicação, pois os professores e alunos interagem pela fala e pela escrita; a documentação, registro diário das experiências vividas, que é o livro da vida; a afetividade que é essencial na relação professor/aluno, e pode tornar o processo de aprendizagem agradável.

 

CONCLUSÃO

 

Maria Montessori (1870 - 1952) defendia a individualidade, a participação ativa nas atividades e a liberdade do aluno no processo de aprendizagem, cabendo a escola e ao professor identificar e desenvolver o potencial criativo da criança. Para Montessori as crianças trabalham em grupos ou sozinhas, espalhadas pela sala, utilizando materiais didáticos alternativos e criativos fazendo deles instrumentos para aprendizagem e o professor como motivador, orientador, ajuda sempre que necessário, mas deixa para o aluno o sucesso no desempenho, na busca pela resolução de problemas. Isso não quer dizer que o aluno tenha liberdade total, há necessariamente, um planejamento conduzido à realização das atividades. E para que isso aconteça é essencial à participação do professor como mediador. O processo de aprendizagem na proposta de Montessori também se baseia na natureza e no desenvolvimento biológico do aprendiz, envolvendo também a aquisição de cultura e não apenas de conhecimento.

 

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

 

ANTONINI ELIZABETTH. A Natureza e a Descoberta da realidade Natural e Artificial/ Elizabeth Antonini-

 Cuiabá: EdUFMT, 2008.

 

BRANDAO, Carlos Rodrigues. O que é educação. São Paulo: Editora brasiliense, coleção primeiros passos n 20, 2001.

 

BRANDAO Carlos Rodrigues e Freire, Ana Maria de Araújo. Paulo Freire, o menino que lia o mundo. São Paulo: Editora UNESP, 2005.

 

DELORS, Jaques (org.). A Educação para o século XXI: questões e perspectivas. Porto Alegre: ARTMED, 2005.

 

MORIM Edgar, Os sete saberes necessário à Educação do futuro. São Paulo: Cortez: Brasília-DF: UNESCO, 2000.

 

PIFERRER, Rosa Tarradelhas. Descoberta do Ambiente Natural E Sociocultural. In: Educação Infantil: Desenvolvimento, Currículo e Organização Escolar; Trad. Fátima Murad. 5 ed. al. Porto Alegre: ArtMed, 2004. Capítulo 05.

 

BRASIL Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental.

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil\ e do Desporto, Secretaria_ Brasília: MEC\SEF, 1998.

3 v: i L.

 

VIGOTSKY, LS. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins fontes, 1989.

 

VIGOTSKY A formação social da mente. 3. ed. São Paulo: Martins fontes, 1989.

 

ZANON, ANGELA MARIA A Natureza e a Descoberta da realidade Natural e Artificial/ Ângela Maria Zanon, Antônio Sônia Stachissini- -Cuiabá: EdUFMT, 2008.

 

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