quinta-feira, 20 de maio de 2010

Transdisciplinaridade em Nova Guarita


Everaldo A. Dill



O termo Transdisciplinaridade surge de maneira a desafiar nosso conhecimento fundamentado a partir da visão disciplinar o que nos leva a concepções fragmentadas de educação. Nova Guarita situada no extremo norte de Mato Grosso, integrante do Território Portal da Amazônia, região de grande conflito econômico e ideológico. Tendo esse contexto como parte de sua realidade, a Escola Estadual 13 de Maio vem tentando transpor a fragmentação dos conteúdos e a individualidade dos professores, num esforço transdisciplinar apoiados substancialmente em estruturas de Educação Ambiental se propõe a interagir com a comunidade que parece estar tão distante da escola. Tendo a consciência de que nosso país é uma nação de desiguais e um povo distanciado das estruturas educacionais a escola se propõe a intervir nessa realidade.
Para leff; 2007; “toda possível articulação entre ciências depende de seus conceitos teóricos, do que derivam seus efeitos de conhecimento, as possibilidades de internalizar os processos materiais que são objetos de outros campos do saber, e a necessidades de trabalhar certos conceitos para ser assimilados a novos corpos teóricos.” De modo geral a escola parece ainda não ter despertado para a nova realidade, mesmo que as propostas sejam ainda influenciadas pela visão capitalista de mercado não podemos ficar com a educação taylorista/fordista é preciso buscar respostas para os problemas de nosso tempo em uma perspectiva complexa, abrangente e ao mesmo tempo questionadora. Para isso é preciso que a escola saia do estado de torpor e passe a fase de potência defendida por Nietzsche, estado esse, em que o humano se liberta de seus mitos e parte para o desconhecido desapegado de suas amarras conceituais. Para isso precisamos nos potencializar através da leitura e da pesquisa na busca de respostas. Assim Perrenoud 1999; coloca a seguinte preocupação; “A perspectiva sistêmica ainda não faz parte da cultura comum de todos os pesquisadores em educação e de todos os inovadores. Se ela lhes falta, são fadados a se perguntar, durante décadas ainda, porque a escola não adota as belas idéias resultantes de seus trabalhos ou da reflexão dos movimentos pedagógicos...” È fato que devido a nossa educação que foi voltada para a obediência e submissão, muitas vezes não nos encorajamos a desafiar o que está posto e em uma reação inconsciente, atacamos de maneira defensiva o novo sem apresentar caminhos alternativos, preferimos a comodidade do tradicionalismo..“Podemos ver em Morin 2006; que, seria preciso ensinar princípios de estratégia que permitiriam enfrentar os imprevistos, o inesperado e a incerteza, e modificar seu desenvolvimento, em virtude das informações adquiridas ao longo do tempo. É preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em meio a arquipélagos de certeza.” Vivemos em uma sociedade segmentada e num ato reflexo segmentamos a aquisição do saber em sala de aula e inconscientemente reproduzimos o nefasto sistema excludente posto para nossa sociedade. Assim vendemos sonhos quase impossíveis de ascensão afirmando que ao estudar esta ou aquela disciplina de maneira ostensiva passaremos no vestibular e teremos um bom emprego, caso contrario....., Marilena Chauí, Poe da seguinte maneira essa situação reproduzida quase que a perfeição em algumas escolas. “Nossa sociedade é autoritária porque é hierárquica, pois divide as pessoas, em qualquer circunstância, em inferiores, que devem obedecer, e superiores, que devem mandar. Não há percepção nem prática da igualdade como um direito. Nossa sociedade também é autoritária porque é violenta (nos termos em que, no estudo da ética, definimos a violência): nela vigoram racismo, machismo,discriminação religiosa e de classe social, desigualdades econômicas das maiores do mundo, exclusões culturais e políticas. Não há percepção nem prática do direito à liberdade.” Nesse sentido precisamos refletir a cerca de nossa condição humana e promotora do saber coexistido no único mundo possível de ser habitado pela espécie humana até o momento, e que os dominantes e os dominados estão representados na escola que por isso é reflexo do cotidiano social.
Para Perrenoud, 2001, não podemos sonhar em substituir pura e simplesmente as pedagogias dominantes por uma pedagogia diferenciada “de sonho”, pois ela só pode desenvolver-se gradualmente, baseada em estratégias realistas de mudança. Realistas porque partem das pessoas tais quais elas são, de onde elas estão.” Marx; Engels 1989; Em determinado momento tratam do assunto escola e sociedade da seguinte maneira; “E vossa educação, não é ela também determinada pela sociedade? Não é determinada pelas relações sociais nas quais educais vossos filhos, pela ingerência mais ou menos direta ou indireta da sociedade através das escolas etc.? Morin 2006 indigna-se com a sujeição social a que a escola se sujeita perante o sistema. “As sociedades domesticam os indivíduos por meio de mitos e idéias, que, por sua vez, domesticam as sociedades e os indivíduos, mas os indivíduos poderiam, reciprocamente, domesticar as idéias, ao mesmo tempo em que poderiam controlar a sociedade que os controla.” Maior indignação ainda demonstra Eduardo Galeano 1970 em seu livro As veias abertas da America latina que se manifesta da seguinte maneira. “La división internacional del trabajo consiste en que unos países se especializan en ganar y otros en perder. Nuestra comarca del mundo, que hoy llamamos América Latina, fue precoz: se especializó en perder desde los remotos tiempos en que los europeos del Renacimiento se abalanzaron a través del mar.” Parece que a escola oferecida desde os jesuítas encalacrou no povo brasileiro o pensamento exposto por Eduardo Galeano e que teima em persistir. Marilena Chauí 2000; a partir de seu livro Convite a Filosofia, nos convida a refletir no sentido de que; “A lógica que rege o pensamento científico contemporâneo está centrada na idéia de demonstração e prova, a partir da definição ou construção do objeto do conhecimento por suas propriedades e funções e da posição do sujeito do conhecimento, através das operações de análise, síntese e interpretação.” Parece que o externo real torna-se distante e sem importância.
Foi no devir dessas reflexões que a escola Estadual 13 de maio de Nova Guarita desenvolveu o projeto de Educação Ambiental “Salvando o Córrego de Nossa Cidade”, projeto esse que faz parte de um maior, que permeia toda a escola, trata-se do projeto Sustentabilidade do qual fazem parte as cooperativas da região, poder publico a comunidade escolar como um todo acompanhado do Maximo desempenho de professores e alunos; o fruto desse trabalho resultou no final de 2008 no premio oferecido pela revista carta capital e sua subsidiaria carta na escola. A entidade não governamental responsável pelo gerenciamento do projeto junto a revista, a ONG açãoeducativa, que entregou e vem acompanhando o uso do recurso premio “minha comunidade sustentável” junto a comunidade; são R$ 15.000,00 que a escola 13 de maio esta usando para aplicar e ampliar sua pratica transdisciplinar junto a sociedade. Parabéns Nova Guarita Transdisciplinaridade é isso, fazer educação ambiental transpondo os muros da escola.

Revisão ortográfica: Rosileica Webler Scheibe, Licenciada em Letras e Pedagogia. Especialista em Planejamento Educacional. Professora formadora CEFAPRO - MATUPÀ Agradecimentos a Jusemara Teles por sua valiosa contribuição nos caminhos da tecnologia: Licenciada em Geografia: Especialista em Informática em educação, Professora formadora CEFAPRO – MATUPÀ

Referencias Bibliograficas
Galeano Eduardo LAS VENAS ABIERTAS DE AMÉRICA LATINA montevidéu, 1970 Karl Marx Friedrich engels; Manifesto do partido comunista, Petrópolis 1989 Leff Enrique; Epistemologia ambiental – São Paulo : Cortez, 2007 Morin Edgar; Os sete saberes necessários a educação do futuro; Cortez 2006 Chauí Marilena Convite á filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 2000.
Perrenoud, Philippe, A Pedagogia na Escola das Diferenças – Artmed Editora. – Porto Alegre, 2001.
Perrenoud, Philippe, Avaliação: Da excelência á regulação das atividades – Porto Alegre: Artes médicas Sul, 1999.

Licenciado em Ciências Biológicas, Especialista em Educação Ambiental. Professor formador “CEFAPRO MATUPÁ-MT”

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Marcelândia

Escolas

Estaduais

EE Etelvina Ferreira Cerqueira Diamante

EE Paulo Freire

EE Pedro Bianchini

EE Panaku (Indígena)

EE Kamadu (Indígena)

Características do Município

1- Localidade:

Marcelândia está localizada a aproximadamente 712 km da capital Cuiabá. A distância de Marcelândia a Sinop é de 160 km pela MT–423 (sendo 100 km aproximadamente pavimentada e 60 km de terra) ou de 200 km pela BR–163 (sendo 110 km pavimentada e 90 km de terra na MT–320)

2- Histórico:

Marcelândia teve início a partir de um projeto de colonização sob a responsabilidade da Colonizadora Maiká, propriedade do Sr. José Bianchini e leva esse nome em homenagem a seu filho Marcelo.Vieram muitos colonos do sul do Brasil para cultivarem a nova terra.Alguns dos primeiros moradores são: Rabesquini, Zaniboni, Tominaga, Adelino Alves, João Gonçalves, Biondaro, Joaquim Hilário e outros.Em 7 de dezembro de 1980 foi oficialmente fundado o patrimônio de Marcelândia e em 10 de maio de 1982, a Lei nº. 4.461 criou o Distrito de Marcelândia, jurisdicionado ao município de Sinop.Marcelândia tornou-se município em 13 de maio de 1986 pela Lei nº. 4992, posteriormente alterada pela Lei nº. 6692. Teve 05 gestões administrativas e atualmente tem como prefeito o sr Adalberto Navair Diamante.Pertencem a Marcelândia as localidades: Vila Analândia a 50 km, Comunidade Santa Rita do Norte a 35 km e Comunidade Bonjaguar a 35 km da sede do município. Na comunidade Bonjaguar há uma área verde destinada a Escola Curumim, a qual pode ser aproveitada para visitas e pesquisas.

3- Atrativos Naturais:

O Rio Manitsauá – Missu (Rio Manito) e seus afluentes (Rio Macaco, Rio Dois Irmãos, Rio dos Patos, Rio Matrinchã, Rio Pateiro, Rio Iporã, Rio Zambé) servem para pesca e passeios.No Rio Manito utiliza-se barcos e balsa. Há algumas pequenas cachoeiras e corredeiras nos rios próximos a Serra Formosa (Pateiro, Iporã, Zambé e outros) e próximo à cidade tem o Balneário Pedreira e o Pesque Pague. Outro local muito visitado tem sido a “ilha” que é a junção dos Rios Tartaruga e Azul, formando o Manito.Há o Festival de Pesca no mês de Outubro, no Rio Manito, onde participam vários pescadores com seus barcos.Já se encontra em negociação com a FUNAI, o eco-turismo através do Rio Manito e a Reserva do Xingu.

4- Fauna

Os animais encontrados são: Capivara, anta, macaco, paca, onça, jaguatirica, tatu, cutia, tamanduá, lontra, quati, marreco, gavião, curió, arara vermelha, arara azul, papagaio, bico de jaca (surucucu), sucuri, jibóia, jararacuçu, jararaca, coral, falsa-coral, vários peixes como: peixe elétrico, arraia, pacu, cachara, pintado, tucunaré, matrinchã, piau, cachorra, chinelo, mandi, traíra, trairão, etc.

5- Flora:

As Madeiras comercializadas são: itaúba, amescla, cedro, peroba, shampagne, angelim, garapeira e outras.Há ainda, o pequizeiro, jenipapo, castanheira, guariroba, ipê, tucum, jatobá, buriti, jambo, açaí, imbaúba, pacova, pupunha, guavirova, caju, ingá, maracujá do mato e outras.Das plantas cultivadas: manga, caju, mamão, abacaxi, banana, pinha, ariticum, maracujá, limão, acerola, pitanga, etc.

6- Tipos Humanos:

Temos como tipo humano: o vaqueiro, o peão, o mateiro, o madeireiro e o indígena (Reserva do Xingu).

7- Curiosidades:

- Grande Oca indígena no centro da cidade para residência indígena.- O sr Raimundo Barbosa possui uma história do início da colonização contada em literatura de Cordel.