CAIXA DOS SENTIDOS
Ednilsa
Teixeira de Souza
Eliete Aparecida Santos Fonseca
Marcia Fabiana de oliveira
Pábola Dalprai
Shaiane Pasquali
Machado
Solange Zarth
RESUMO
Ao se trabalhar
com os educandos a
percepção dos sentidos tato, olfato, paladar, audição e visão, através da
manipulação e exploração de objetos oportunizando a interação, socialização estimulando
a observação e exploração do meio pela criança para que ela possa ampliar sua
curiosidade pela percepção através dos cinco sentidos manipulando objetos
presentes em seu cotidiano.
Palavras-Chave: Educação Infantil,
manipulação, sentidos.
ABSTRAC
When working with the students the
perception of the senses touch, smell, taste, hearing and vision, through the manipulation
and exploitation of objects providing opportunities for interaction,
socialization stimulating observation and operation of the means for the child
so that she can expand her curiosity by perception through the five senses
manipulating objects present in their daily lives.
Keywords:
Early Childhood Education, manipulation, senses.
JUSTIFICATIVA
A descoberta do ambiente natural e artificial, realizada no
desenvolvimento de noções sobre o ambiente acontece segundo Antonini (2008)
pela mediação dos sentidos, portanto a observação e a ação infantil sobre os
elementos e com os elementos ocorrem pelos sentidos, tato, olfato, paladar,
audição e visão eles são instrumentos da memória. E conforme Antonini, são as
janelas para o ambiente e o sucesso da vida no decorrer da sua evolução,
depende em grande parte dos estímulos do ambiente.
Mas a percepção de estímulos sonoros, visuais e outros são resultantes de
longo processo de evolução. E os estímulos que a criança recebe desde os primeiros
instantes do nascimento criam conexões neurais responsáveis pelo armazenamento
de informações e são elas que possibilitam os pequenos a aprenderem coisas
novas a cada dia por meio do tato, do olfato, da audição, da visão e do paladar
e estimular o cérebro e o corpo juntos desde os primeiros meses de vida como
uma forma de despertar curiosas sensações e ampliar possibilidades para os
pequenos desenvolverem novas habilidades. No entanto pretendemos através do
conhecimento que a criança já possui aguçar ainda mais o seu interesse pela
percepção dos sentidos a respeito dos objetos que observam e do que ainda é
difícil para elas entender, para assim poder selecionar conteúdos e propor
desafios a partir dos objetivos que pretendemos alcançar. Gostaríamos de
ressaltar que as atividades que serão aplicadas serão de acordo com a idade das
crianças, pois, conforme Antonini (2008) é preciso que o processo de ciências
leve em consideração os dados oriundos da vivência do aluno, e o nível de
percepção do mundo que apresenta para poder organizá-lo. Não se trata apenas de
oferecer e oportunizar momentos lúdicos, mas garantir a participação das
crianças na resolução de problemas pelo planejamento de como fazer.
REFERENCIAL
TEÓRICO
A educação infantil é um período na qual a criança toma consciência do
mundo, gradativamente, por aproximações, contatos, cada vez mais significativas
com o ambiente que o rodeia, e a sala de aula deve ser um lugar de exploração
de elementos da realidade, e nós educadores, devemos estar atentos às novas
possibilidades de favorecer o interesse pela interpretação dos fenômenos que
ocorrem, e a criança deve ser incentivada, a experimentar, manipular, agir e
comunicar, e essas oportunidades devem ser freqüentes no ensino de ciências.
Ensinar ciência segundo Antonini (2008) é um ato de crescente entusiasmo,
de inebriantes apropriações que torna a criança um conhecedor de seu entorno e
de sua realidade cultural e social, levando a formulação das próprias
explicações. E é importante apresentar a criança os conhecimentos científicos
desde o início da escolarização, pois, assim ela se torna capaz de discutir as
explicações do desenvolvimento científico e tecnológico na vida cotidiana. Segundo
Kami (1985) apud (Antonini 2008) ressalta que todos os bebês e crianças
pequenas estão naturalmente interessados em examinar objetos, agir sobre eles e
observar as reações desses objetos e como educadores devemos ter como objetivos
nas atividades de conhecimento físico usar esse interesse espontâneo
encorajando as crianças a estruturar seus conhecimentos de forma que sejam de
extensão natural do conhecimento que elas possuem. Visto que, a criança adquire
noções concretas e exatas do mundo que a rodeia por meio de exercícios sensoriais.
As atividades manuais estimulam e desenvolvem na criança a capacidade
criadora de expressar seu pensamento. O tato é sentido pela pele em todo o
corpo. Permite reconhecer a presença, forma e tamanho de objetos em contato com
o corpo e também sua temperatura, sendo importante também para o posicionamento
do corpo e a proteção física. Além disso, o tato não é distribuído
uniformemente pelo corpo. Os dedos da mão possuem uma discriminação muito maior
que as demais partes, enquanto algumas partes são mais sensíveis ao calor.
Segundo Antonini (2008) as estruturas sensoriais chamados receptores têm
duas funções; detectar estímulos ambientais e transmitir a informação para o
centro controlador do sistema nervoso. É o sistema nervoso que controla ações e
reações. A coordenação nervosa envolve a participação dos neurônios, fios
condutores de energia. O sistema nervoso está organizado em duas partes:
sistema nervoso central, composto pelo encéfalo (cérebro, cerebelo, bulbo) e
pela medula espinhal; sistema nervoso periférico, formado por nervos,
receptores e gânglios. As duas trabalham interligadas. O bulbo parte do
encéfalo é o órgão de passagem do nervo da medula para órgãos localizados mais
acima. No bulbo esta os corpos celulares de neurônios que controlam os batimentos
cardíacos, o ritmo respiratório, a pressão sanguínea e os corpos celulares de
neurônios que controlam a deglutição, a tosse, o vômito. Outra parte do
encéfalo é o cérebro que regula o equilíbrio e a postura corporal. Receptores
periféricos localizado no ouvido interno enviam mensagem ao centro de controle
do cérebro, que possibilitam a execução de atividades relacionada ao
equilíbrio.
O cérebro é o centro do intelecto da linguagem, da consciência e da
memória e controla as funções motoras e sensações. Os nervos são os mensageiros
de resposta e estímulo. Alguns fazem ligação entre músculos e a medula espinhal
ou encéfalo: são os motores. Outros cuidam da conexão com os órgãos do sentido,
visão, paladar, audição, tato, olfato: são chamados nervos sensitivos. Há ainda
os nervos de associação que ligam sensitivos aos motores. Exemplo: no ato de
tirar rapidamente a mão de uma chapa quente participa de três tipos de
neurônios. A reação de tirar a mão ilustra o chamado arco reflexo e os
neurônios que deles participam compõe um arco reflexo. Da medula espinhal se
ramifica uma rede de nervos que chegam à epiderme. E um ponto insensível na
pele. Os impulsos nervosos, mensageiros do cérebro, trabalham sem parar,
trazendo informações e levando ordens. O sucesso evolutivo das espécies, segundo
Antonini (2008) teve como grande conseqüência à capacidade de perceber o
ambiente, respondendo adequadamente aos estímulos. Os órgãos do sentido ligados
ao sistema nervoso são formados por receptores de diferentes estímulos.
Conforme o estímulo há determinado tipo de resposta.
Os receptores são estruturas que se excitam durante o estímulo, enviando
o comando ao centro superiores do organismo (sistema nervoso), São receptores
de contato ou de superfície; receptores de distância, quimiorreceptores,
paladar e olfato; fotorreceptores; receptores posturais. Cada um deles converte
determinadas formas de estímulos ambientais em um potencial gerador
transformado pelas fibras nervosas (axônios), em potencial de ação. Em relação
aos receptores de contato ou superfície a autora ressalta que a pele, o maior
órgão do corpo humano, é responsável pela proteção de muitas agressões ao corpo
emitidas por fator vindo de fora dele, através do comando externo. Ela não
apenas recobre o corpo e da sensibilidade de percepção, mas retém a unidade,
mantém a temperatura e impede a invasão de organismo indesejável.
Na camada interna, possuem uma rede de estruturas sensoriais chamados
receptores, capazes de perceber estímulos específicos de pressão de dor,
térmicos e químicos. Segundo Píferrer (2004), para planejar as ações educativas
é necessário levar em consideração as características evolutivas da criança,
ambiente, ritmo de aprendizagem, motivações, interesses, possibilidades de
ajudar e intervenções de adultos, capacidade de atuar autonomamente, de
relacionar-se com o ambiente e colegas, de participar e, paralelamente, sempre
que possível, prever ações que o levem a simular e reconstruir suas referencias
da realidade.
Conforme Antonini (2008) a educação infantil é um período na qual a
criança toma consciência do mundo, gradativamente, por aproximações, contatos,
cada vez mais significativas com o ambiente que o rodeia, e a sala de aula deve
ser um lugar de exploração de elementos da natureza. A noção de quente/frio,
que primeiramente foi percebida pelo tato e que possui gradações como
ferver/gelar, atinge o nível objetivo, quando se infere, por exemplo, que, o
leite esta muito quente pela fumaça que desprende da caneca, e o nível
subjetivo, quando se infere, por exemplo, que não é agradável tomar líquidos
quentes. Isso porque os frios ou mornos são mais próximos à temperatura que se
encontra o corpo. Assim pode afirmar que prefere líquidos frios ou gelados.
A autora ressalta ainda que devemos propiciar um ambiente de convivência
entre explicações científica e do senso comum, pois sabemos que a aprendizagem
de ciências vem desde o berço e a criança começa a perceber ao seu entorno e
sobre ele vai construindo conhecimentos práticos a qual começa a perceber as
partes do corpo, os objetos a sua volta, os seres de seus convívios, as formas,
as cores, os cheiros, e novos espaços e assim começa a construção de idéias da
criança sobre o ambiente. É preciso partir do conhecimento daquilo que é mais
próximo da criança, ou seja, casa, escola, praça etc. reconhecer o lugar onde
vive tem como objetivo primeiro a formação de idéias a respeito do ambiente,
mas também a ação educativa de levar a criança a explorar seu entorno, as
pessoas ao seu redor, os pequenos animais plantas e objetos diversos que ali
podem ser encontrados desenvolvendo assim a curiosidade e o interesse.
Segundo Antonini (2008) ao assimilar as qualidades físicas dos elementos
do ambiente, coloca-se em destaque cada um dos sentidos, e no berço, inicia-se
a construção do repertório infantil sobre os sentidos, mas os graus de
aprofundamento devem ser orientados pelo educador, levando-se em conta as
capacidades e possibilidades da criança, e que é necessário ter informações
sobre a ciência que está por trás dos fatos, dos acontecimentos e das noções
que devem ser desenvolvidas e que aparecem no cotidiano dos alunos para
instigá-los a busca e desencadear problemas de investigação.
Segundo Zanon e Stachissini (2008, p.15 e 16), a necessidade prática
interdisciplinar, o trabalho com projetos didáticos e as novas inovações
tecnológicas disponíveis para o processo de ensino e a aprendizagem tornam o
quadro ainda mais complexo e a interdisciplinaridade, os projetos didáticos, os
recursos tecnológicos disponibilizados para o processo educativo, entre outras
possibilidades, apresentam uma rede de ações que podem dar ao professor e ao
aluno um longo passo no sentido de uma aprendizagem colaborativa, participativa
e com a perspectiva da aprendizagem, visando ao conhecimento para a vida, para
a resolução de problemas, para “aprender a aprender”, que é função do professor
e do aprendiz.
A educação de ciências pode ser, portanto um
instrumento, pois, pode mostrar para o educando a dinâmica da natureza que ele
vê, sente e observa, mas não entende como os fenômenos naturais acontecem e
como o homem pode interferir nesses fenômenos. ( ZANON E STACHISSINI, 2008,
p.16).
Conforme as autoras citadas acima o processo
educativo precisa revestir-se de significados adequados para o nível cognitivo
em que se encontra o aprendiz. E tanto nós profissionais da educação infantil
quanto os profissionais das séries iniciais precisam saber como ensinar
ciências, e para isso, precisamos aprimorar os conhecimentos teóricos sobre as
ciências físicas, e biológicas e estar capacitados para planejar estratégias de
ensino que o levem aos nossos objetivos. As autoras apontam um dos caminhos
metodológicos, passa pela literatura infantil com histórias, contos, poesias e
outras modalidades literárias, podem conduzir nós professores e os alunos por
trajetórias que encontram, enquanto ensinam, desvelam o conhecimento, a
dinâmica da natureza. E alguns elementos que estão sempre presente na
literatura infantil são: animais, plantas, homens, mulheres, chuva, frio,
calor, dia, noite. Ressaltam ainda que devemos interagir com eles para
conhecê-los, explorar as relações existentes, relacioná-los com seu entorno,
para assim conduzir ludicamente ao conhecimento científico, á alfabetização/
letramento científica, pois, o professor é um parceiro indispensável que
estimula a curiosidade e a criatividade natural da criança.
Freinet (1966 - 1986) propõem as aulas-passeio de campo, pois estas aulas
colocam o aluno em contato com os elementos e fenômenos naturais, trazendo-os
para o cotidiano de forma sistematizada, com bases científicas, ao mesmo tempo
em que permite a reflexão associada às imagens reais. A pedagogia de Freinet se
fundamenta em eixos que são: a cooperação que determina a partilha, a
socialização do conhecimento; a comunicação, pois os professores e alunos
interagem pela fala e pela escrita; a documentação, registro diário das
experiências vividas, que é o livro da vida; a afetividade que é essencial na
relação professor/aluno, e pode tornar o processo de aprendizagem agradável.
CONCLUSÃO
Maria Montessori (1870 - 1952) defendia a individualidade, a participação
ativa nas atividades e a liberdade do aluno no processo de aprendizagem,
cabendo a escola e ao professor identificar e desenvolver o potencial criativo
da criança. Para Montessori as crianças trabalham em grupos ou sozinhas,
espalhadas pela sala, utilizando materiais didáticos alternativos e criativos
fazendo deles instrumentos para aprendizagem e o professor como motivador,
orientador, ajuda sempre que necessário, mas deixa para o aluno o sucesso no
desempenho, na busca pela resolução de problemas. Isso não quer dizer que o
aluno tenha liberdade total, há necessariamente, um planejamento conduzido à
realização das atividades. E para que isso aconteça é essencial à participação
do professor como mediador. O processo de aprendizagem na proposta de
Montessori também se baseia na natureza e no desenvolvimento biológico do
aprendiz, envolvendo também a aquisição de cultura e não apenas de
conhecimento.
REFERENCIAS
BIBLIOGRAFICAS
ANTONINI
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realidade Natural e Artificial/ Elizabeth Antonini-
Cuiabá: EdUFMT, 2008.
BRANDAO, Carlos
Rodrigues. O que é educação. São
Paulo: Editora brasiliense, coleção primeiros passos n 20, 2001.
BRANDAO Carlos
Rodrigues e Freire, Ana Maria de Araújo. Paulo Freire, o menino que lia o mundo. São Paulo: Editora UNESP, 2005.
DELORS, Jaques
(org.). A Educação para o século XXI: questões
e perspectivas. Porto Alegre: ARTMED, 2005.
MORIM Edgar, Os sete saberes necessário à Educação do
futuro. São Paulo: Cortez: Brasília-DF: UNESCO, 2000.
PIFERRER, Rosa
Tarradelhas. Descoberta do Ambiente
Natural E Sociocultural. In: Educação Infantil: Desenvolvimento, Currículo
e Organização Escolar; Trad. Fátima Murad. 5 ed. al. Porto Alegre: ArtMed,
2004. Capítulo 05.
BRASIL
Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental.
Referencial
Curricular Nacional para a Educação Infantil\ e do Desporto, Secretaria_
Brasília: MEC\SEF, 1998.
3 v: i L.
VIGOTSKY, LS. Pensamento e linguagem. São Paulo:
Martins fontes, 1989.
VIGOTSKY A formação social da mente. 3. ed. São
Paulo: Martins fontes, 1989.
ZANON, ANGELA
MARIA A Natureza e a Descoberta da
realidade Natural e Artificial/ Ângela Maria Zanon, Antônio Sônia
Stachissini- -Cuiabá: EdUFMT, 2008.
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